Essa pose de menina-meiga-santinha é só disfarce.
No fundo eu escondo o veneno alecrim-doce de uma mulher.

sábado, 2 de junho de 2012

Quanto tempo precisamos para apagar as palavras?
Ou será que precisamos de ação para apagá-las?
Ou o fogo pode queimá-las?
Tentarei uma resposta.
Afirmo, pois, que as palavras não nos pertence, sendo
Assim, elas têm vida própria, uma vida secreta talvez.
Surgem no instante incalculável, naquele momento que o coração
Parece ter parado de bater.
Inútil ignorá-la, inútil despejar nela nossa raiva ou desprezo. Elas, as palavras,
São inabaláveis pois, transcendem o real, tentam apenas uma falha metáfora da perfeição.
Porque perfeito não é o que se vê ou o que se move. Perfeito, é o que se sente quando se vê.
É a projeção pura idealizada apenas nos desejos mais singelos de quem contempla a coisa amada.
Ama-se então uma ilusão? Não. Ama-se o verbo, que torna indefectível o ser corrupto que habita na matéria, ama-se o amálgama do imaginário com o real.
E quando tentamos destruir a ilusão, eis que damos força àquelas conjunções, verbos, preposições, adjetivos e substantivos. E é quando percebemos que realmente o que foi dito ao pé do ouvido, em voz branda, ou o que foi escrito com débeis letras, em papel diáfano, queria apenas voltar para aquele lugar de onde veio: o lugar secreto, o lugar onde tudo tem uma nova cor, onde a ilusão é a realidade e a mentira é a verdade, este lugar, é a retina do observador que ousa apenas com palavras se aproximar de você.

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