Todos nós temos dias de flor murcha.
Hoje é o meu.
Dia em que pisamos numa pedra e cortamos o pé, batemos com a cabeça, falamos besteira ou deixamos de falar o que devíamos. Dias de palavras truncadas, suspiros ansiosos, inseguranças.
Qualquer coisa dessas - a lista seria imensa - faz de nós frágeis e quase despetaladas flores, mesmo que contra nosso desejo. É tão fácil se abater, e esse efeito acaba tomando a força de uma bola de neve.
Dentre as cenas da natureza, essa é uma das que mais me comove. Depois de exibir tenras pétalas coloridas, atrair insetos com seu pólen, e do alto do seu talo exalar um suave perfume, uma flor rapidamente murcha e se vai. A sequência pode parecer comum a nós também, mas com ela acontece de forma tão rápida para o nosso tempo, que faz com que eu me impressione.
A grande vantagem de não sermos literais flores é o fato de podermos nos reerguer. Passada a recaída, conseguimos firmar as pétalas, eriçar o talo, e exalar novamente o perfume.
Viva o amanhã.
Escrito por Luna
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